Em um movimento decisivo para as eleições de 2026, União Brasil e Progressistas devem anunciar oficialmente, na próxima terça-feira (30), a criação da federação partidária batizada de União Progressista. A aliança consolida uma nova força de centro-direita no Congresso Nacional, com 117 deputados federais, superando o PL de Jair Bolsonaro, que tem atualmente 96 cadeiras.
O acordo, que vinha sendo negociado por figuras-chave como Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (UB), tem como principal liderança o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, cotado para ser o candidato à Presidência da República pela nova federação.
Caiado acelera como pré-candidato com apoio da maior bancada da Câmara
Reeleito com ampla vantagem em Goiás e historicamente alinhado com o agronegócio, Caiado representa um perfil conservador moderado que pode atrair parte do eleitorado antipetista e que busca uma alternativa a nomes mais polarizados como Bolsonaro.
Apesar de o Progressistas ainda preservar o nome da senadora Tereza Cristina como possível opção, o favoritismo do governador goiano dentro da nova estrutura partidária é evidente. O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, chegou a projetar que Caiado atingirá 10% nas intenções de voto até julho, com base em sua estrutura política e no início das movimentações nacionais.
Nova força no Congresso amplia influência da centro-direita
Com a União Progressista, os dois partidos não apenas ampliam seu espaço político, como também terão protagonismo em votações estratégicas e no controle de comissões da Câmara. A federação garante maior tempo de televisão, acesso ampliado ao fundo partidário, e influência direta na pauta legislativa — fatores determinantes na corrida presidencial.
A legislação eleitoral exige que a federação dure, no mínimo, quatro anos, o que significa que UB e PP estarão juntos não só em 2026, mas também nas eleições municipais de 2024 e na reestruturação de seus palanques estaduais.
Tereza Cristina: alternativa ventilada, mas viabilidade ainda será testada
Apesar do favoritismo de Caiado, o Progressistas mantém viva a possibilidade de lançar Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, caso ela se mostre mais viável eleitoralmente. Tereza possui bom trânsito no setor produtivo e pode ser uma carta na manga para disputar com o PT em um eventual segundo turno.
Por ora, ambos seguirão em pré-campanha sem obrigatoriedade de apoio recíproco, até que a federação decida internamente quem representará a aliança nas urnas.
Impacto nas eleições de 2024 e no jogo político de Lula
A formalização da federação também pode representar um novo desafio para a base governista. A união de UB e PP pode complicar a governabilidade do presidente Lula, especialmente em pautas que envolvam reformas estruturais ou a aprovação de PECs.
Além disso, o novo bloco tentará usar as eleições municipais de 2024 como laboratório, elegendo prefeitos e vereadores em áreas estratégicas, fortalecendo bases para o pleito de 2026.