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STF julga “núcleo 2” da tentativa de golpe e mantém denúncia da PGR

Ministros rejeitam alegações das defesas e avaliam se seis aliados de Bolsonaro virarão réus por crimes contra a democracia

por Ifatos
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Denúncias mantidas, julgamento avança

Logo na abertura da sessão, os ministros rejeitaram cinco tentativas da defesa de barrar o andamento do processo. As sustentações orais dos advogados buscaram desacreditar a denúncia, relativizar a atuação de seus clientes ou transferir a responsabilidade para outras esferas.

Um dos momentos mais controversos veio da defesa de Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência, que comparou seu cliente à figura de Jesus Cristo. Já a defesa do general Mario Fernandes, acusado de elaborar um plano para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, afirmou que o conteúdo “jamais foi levado adiante”.

Ainda assim, os ministros da Primeira Turma — Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino — mantiveram o andamento do julgamento, que pode se estender até quarta-feira, caso necessário.


Quem são os denunciados?

A PGR sustenta que os seis réus atuaram na articulação logística, operacional e estratégica para criar condições de instabilidade institucional e pressionar as Forças Armadas a aderirem a uma ruptura democrática.

Os acusados são:

  • Silvinei Vasques – ex-diretor da PRF

  • Marcelo Câmara – ex-assessor presidencial

  • Marília Alencar – ex-diretora de inteligência do MJ

  • Fernando de Sousa Oliveira – delegado da PF e ex-secretário-adjunto de Segurança do DF

  • Mario Fernandes – ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência

  • Filipe Martins – ex-assessor internacional de Bolsonaro


Quais crimes estão em análise?

A lista de acusações é extensa e grave. Entre os crimes atribuídos aos denunciados estão:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito

  • Tentativa de golpe de Estado

  • Dano qualificado ao patrimônio público

  • Deterioração de patrimônio tombado

  • Associação criminosa armada

O julgamento tem como foco inicial a aceitação ou não da denúncia, ou seja, se os ministros entendem que há elementos suficientes para que os acusados se tornem réus e respondam a uma ação penal no Supremo.


Julgamento com efeitos além do processo

Embora os nomes em questão não ocupem o mesmo espaço político de Bolsonaro ou seus ex-ministros, este julgamento é visto como mais um passo na consolidação de um pacto institucional em defesa da democracia.

Mais do que punir culpados, o Supremo busca estabelecer limites jurídicos claros para tentativas de ruptura institucional. A depender do desfecho, o processo também pode influenciar futuras denúncias da PGR e reforçar a tese de que o episódio do 8 de Janeiro não foi um ato isolado, mas o resultado de uma construção organizada nos bastidores do poder.


Um STF cada vez mais protagonista

A nova composição da Primeira Turma — com a presença de ministros como Flávio Dino e Cristiano Zanin — mostra que o Supremo continua a assumir protagonismo na defesa das instituições e na responsabilização de agentes públicos, mesmo diante de pressões e disputas políticas.

O caso do “núcleo 2” não será o último capítulo dessa longa investigação. Mas é, sem dúvida, mais um degrau no caminho de reconstrução institucional pós-Bolsonaro.

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