O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou, através de uma publicação em suas redes sociais na tarde desta segunda-feira (14 de abril de 2025), que está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, em processo de recuperação após ter sido submetido a uma complexa cirurgia intestinal no domingo (13). O procedimento, que durou cerca de 12 horas, foi mais um capítulo na longa e dolorosa saga médica decorrente do atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018. Embora seu estado de saúde seja classificado como estável pela equipe médica, a recuperação exige “cuidados intensivos” e ainda não há previsão de alta hospitalar, mantendo acesa a atenção sobre a condição do principal líder da oposição no Brasil. A recuperação de Bolsonaro após a cirurgia será, segundo ele mesmo, gradual.
Boletim Pessoal: A Atualização Direta da UTI
Em sua mensagem no X (antigo Twitter), Bolsonaro detalhou a situação, buscando informar diretamente seus apoiadores e o público em geral:
“Estou internado no Hospital DF Star, em Brasília, me recuperando de mais uma cirurgia que durou cerca de 12 horas. O procedimento foi necessário para tratar uma obstrução provocada por dobras no intestino delgado. Segundo os médicos, meu estado de saúde é estável, mas a recuperação exige cuidados intensivos e será gradual. Essa foi a sexta cirurgia relacionada ao atentado que sofri em 2018, e já é a nona vez que preciso ser internado por complicações decorrentes daquele episódio. No momento, ainda não há previsão para minha alta.”
A comunicação direta reforça a estratégia do ex-presidente de controlar a narrativa sobre sua saúde, ao mesmo tempo que evidencia a gravidade da intervenção e a delicadeza do pós-operatório.
A Crise Aguda: Do Interior do RN à Sala de Cirurgia em Brasília
A necessidade da cirurgia se tornou premente no final da semana passada. Na manhã de sexta-feira (10), enquanto cumpria agenda política em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, Bolsonaro sentiu fortes dores abdominais. O quadro exigiu transporte aéreo de emergência para um hospital em Natal (RN).
Lá, os primeiros exames de imagem confirmaram o diagnóstico de suboclusão intestinal – uma obstrução parcial do intestino, condição recorrente em pacientes com histórico de cirurgias abdominais e formação de aderências. Diante da gravidade e da necessidade de avaliação por sua equipe médica de confiança, ele foi transferido no sábado (12) para o Hospital DF Star em Brasília, onde a decisão pela intervenção cirúrgica foi tomada para desobstruir o trânsito intestinal.
A Sombra Persistente de 2018: Seis Cirurgias, Nove Internações
O ponto mais dramático da mensagem de Bolsonaro é a conexão explícita e quantificada com o atentado de setembro de 2018 em Juiz de Fora (MG). Esta foi a sexta cirurgia diretamente relacionada às lesões causadas pela facada e a nona internação hospitalar por complicações decorrentes do episódio.
Este dado joga luz sobre o impacto profundo e duradouro daquele ato de violência na saúde do ex-presidente. Quase sete anos depois, as sequelas físicas continuam a impor desafios médicos severos, exigindo intervenções complexas e períodos de recuperação intensiva. As aderências (“dobras”) intestinais são uma consequência comum de múltiplas cirurgias abdominais, criando um ciclo vicioso de obstruções e novas intervenções. A facada de 2018 não foi apenas um evento político divisor de águas, mas também um trauma físico cujas repercussões persistem de forma aguda.
Implicações Políticas: O Vácuo (Temporário?) na Liderança da Oposição
Enquanto Bolsonaro se recupera na UTI, o cenário político inevitavelmente reage à sua ausência física. Como figura central e mais popular da direita brasileira e líder inconteste da oposição ao governo Lula, seu afastamento das atividades, mesmo que temporário, abre questionamentos:
- Impacto na Articulação: Sua ausência dificulta a coordenação de ações da oposição no Congresso e a mobilização de sua base?
- Espaço para Outros Líderes: Governadores como Tarcísio de Freitas (SP) ou Romeu Zema (MG), ou outras figuras do PL e partidos aliados, ganham mais espaço e visibilidade neste período?
- Manutenção da Influência: Até que ponto Bolsonaro consegue manter sua influência política e a coesão de seu grupo através das redes sociais, mesmo convalescendo?
A saúde de Bolsonaro tornou-se, desde 2018, uma variável política relevante, e cada nova internação ou cirurgia gera especulações sobre sua capacidade de liderança a longo prazo e sobre a dinâmica de poder dentro de seu campo político.
Recuperação Lenta e Expectativa Política
Jair Bolsonaro enfrenta mais um desafio de saúde significativo, consequência direta do atentado de 2018. Sua condição é estável após uma longa cirurgia, mas a recuperação exige cuidados intensivos na UTI e será um processo gradual, sem data definida para o retorno à plena atividade. A sexta cirurgia e a nona internação relacionadas ao ataque ressaltam a gravidade duradoura das lesões sofridas.
Enquanto o ex-presidente foca em sua recuperação, o Brasil observa não apenas o boletim médico, mas também as implicações políticas de sua ausência. A forma como ele e seu campo político navegarão este período de convalescença, e a rapidez de seu retorno, terão impacto no xadrez da política nacional nos próximos meses.