Após 21 dias internado em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta neste domingo (4). Ele foi submetido, em 12 de abril, à laparostomia exploratória, procedimento indicado para liberar aderências no intestino delgado que causavam obstrução intestinal. Embora o quadro tenha se mostrado grave, o paciente apresentou evolução estável e agora prossegue em tratamento ambulatorial.
Internação de emergência em Natal e transferência a Brasília
Inicialmente, Bolsonaro enfrentou fortes dores abdominais enquanto cumpria agendas em Santa Cruz (RN) no dia 11 de abril. Imediatamente, ele foi atendido pela equipe local e, no dia seguinte, transferido a pedido próprio para um hospital em Brasília, onde contaria com infraestrutura de UTI e equipe especializada. Além disso, familiares acompanharam de perto cada etapa do translado e das decisões médicas.
Cirurgia complexa de desobstrução intestinal
No dia 12 de abril, o ex-presidente passou por uma laparostomia exploratória, cirurgia que durou 12 horas. Segundo o cirurgião Dr. Leandro Echenique, o procedimento foi “extremamente complexo e delicado”, pois envolveu:
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Liberação de aderências intestinais formadas após facada de 2018;
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Reparo de dobras no intestino delgado que impediam o trânsito de alimentos;
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Avaliação da integridade da parede abdominal, considerada “bastante danificada” pelo Dr. Cláudio Birolini.
Embora raros, esses casos demandam atenção contínua, visto que novas aderências podem surgir com o tempo.
Recuperação acelerada e fisioterapia intensiva
Desde o pós-operatório imediato, Bolsonaro seguiu um protocolo rigoroso de fisioterapia motora, com exercícios diários para:
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Prevenir trombose venosa profunda;
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Estimular a movimentação intestinal;
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Fortalecer a musculatura abdominal e das pernas.
Por exemplo, no dia 22 de abril, ele registrou os primeiros sinais de retomada do peristaltismo — movimento natural do intestino —, o que animou a equipe médica. Além disso, Bolsonaro compartilhou em redes sociais imagens das sessões de fisioterapia, ressaltando a importância do cuidado contínuo.
Contexto histórico: sequelas da facada de 2018
A necessidade de repetidas intervenções cirúrgicas remonta à facada sofrida em Juiz de Fora (MG) durante a campanha presidencial de 2018. Desde então:
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Bolsonaro já passou por seis cirurgias para tratar complicações abdominais;
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Em cada procedimento, médicos identificaram aderências e pequenas perfurações;
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Por isso, o corpo do ex-presidente permanece vulnerável a obstruções e infecções.
Esse histórico médico explica, portanto, a gravidade do episódio atual e a cautela adotada pela equipe.
Próximos passos e acompanhamento permanente
Embora tenha recebido alta, Bolsonaro seguirá sob:
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Controle ambulatorial com avaliação semanal de sangue e imagem;
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Rotina de fisioterapia em casa, três vezes por semana;
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Cuidados nutricionais especializados para facilitar a recuperação do trato gastrointestinal.
Ademais, conforme anunciado pela defesa, o ex-presidente evitará compromissos públicos nas próximas semanas, concentrando-se na reabilitação total.
Alta hospitalar encerra ciclo, mas demanda vigilância
A saída de Jair Bolsonaro do hospital representa um avanço significativo, uma vez que ele superou uma cirurgia longa e complexa. Contudo, a recuperação plena depende de persistência nos exercícios e do seguimento médico rigoroso. Mesmo assim, esse episódio reforça a necessidade de atenção às consequências de traumas graves e ao impacto de aderências cirúrgicas no longo prazo.