Ponte mais alta do mundo: novo símbolo da engenharia chinesa
Erguida a 625 metros acima do nível do rio Beipan, a nova ponte Huajiang Grand Canyon — localizada na província montanhosa de Guizhou — superará em quase 300 metros o atual recorde mundial, detido pelo Viaduto de Millau, na França. Com conclusão prevista para o segundo semestre de 2025, ela já está 95% pronta, segundo o engenheiro-chefe Zhang Shenglin, do Guizhou Highway Group.
“Este superprojeto será o primeiro do mundo em ambas as direções a essa altura. É mais uma amostra da força da infraestrutura chinesa”, afirmou Zhang ao China Daily.
De duas horas a um minuto: o impacto direto para motoristas
O impacto prático será imediato: a travessia, que hoje exige até duas horas de percurso por estradas sinuosas, poderá ser feita em apenas um minuto. A estrutura em treliça de aço tem 2.890 metros de extensão e cerca de 22 mil toneladas — o equivalente a três Torres Eiffel em peso.
A ponte representa mais do que um feito técnico. Ela é a resposta concreta a décadas de dificuldades logísticas enfrentadas por uma das regiões mais desafiadoras da China.
Guizhou: montanhas, abismos e agora superinfraestrutura
Guizhou é uma província marcada por geografia acidentada e desenvolvimento desigual. Localizada a mais de 1.200 quilômetros a oeste de Shenzhen, a região abriga atualmente quase metade das cem pontes mais altas do mundo. A nova estrutura reforça o esforço do governo chinês em integrar regiões remotas à malha econômica nacional, por meio de megaobras estratégicas.
Além da Huajiang Grand Canyon, Guizhou já abriga outras pontes icônicas, como a ponte Beipanjiang Duge, que deteve o título de mais alta do mundo até 2024.
A nova corrida por megainfraestruturas
Com a inauguração da nova ponte, a China reforça seu protagonismo na corrida global por megainfraestruturas. O país não apenas lidera em número de superprojetos, mas também exporta conhecimento técnico, empresas e mão de obra para outras nações interessadas em replicar sua fórmula de crescimento acelerado com base em obras públicas de grande escala.
Nos bastidores, engenheiros, arquitetos e geotécnicos trabalharam durante anos para superar os desafios do solo instável e dos ventos extremos na região. O uso de tecnologia de monitoramento em tempo real e simulações digitais de comportamento estrutural foram fundamentais para garantir a segurança e a eficiência da obra.