Quarenta anos se passaram desde que cinco jovens completamente diferentes ficaram presos juntos em um sábado de detenção e acabaram se descobrindo mais parecidos do que imaginavam. Neste fim de semana, os atores que deram vida a Claire, Andrew, Bender, Brian e Allison se reencontraram pela primeira vez publicamente — e emocionaram gerações.
O encontro aconteceu durante a Chicago Comic and Entertainment Expo 2025, e marcou a primeira reunião oficial do elenco completo de Clube dos Cinco. O clássico de 1985, dirigido por John Hughes, é considerado um divisor de águas no cinema adolescente e até hoje influencia produções contemporâneas.
Uma reunião esperada há décadas
“É comovente ver todos juntos, depois de tanto tempo”, declarou Molly Ringwald, que interpretou a popular Claire. A atriz aproveitou o momento para celebrar a presença inédita de Emilio Estévez em um encontro do grupo. “Dessa vez não precisamos de um boneco de papelão do Emilio no lugar dele”, brincou, arrancando risos da plateia.
Estévez, que interpretou o atleta Andrew, disse que participar da reunião foi uma decisão pessoal. “Senti que era hora de fazer isso, por mim mesmo. E não havia lugar melhor para isso do que Chicago, onde tudo começou.”
Bastidores curiosos e memórias vívidas
Durante o bate-papo com o público, Estévez revelou um episódio inusitado: ele teria desmaiado durante a primeira leitura do roteiro, por estar recém-operado dos dentes do siso. “Depois da leitura, Hughes colocou Gatinhas & Gatões para assistirmos. Eu apaguei nos créditos iniciais e só acordei nos finais”, contou aos risos. “O Judd [Nelson] olhou pra mim e disse: ‘Você vai ser demitido.’”
Judd Nelson, o eterno John Bender, aproveitou para fazer um tributo ao diretor John Hughes: “Ele entendia o jovem como poucos. Se estivesse aqui, talvez estivesse escrevendo uma continuação, onde veríamos onde nossos personagens estão hoje. Mas não teremos essa chance, e isso é triste.”
O legado de John Hughes vive
John Hughes foi lembrado com carinho por todos os presentes. Diretor de outros clássicos como Curtindo a Vida Adoidado e Gatinhas & Gatões, ele ajudou a moldar uma geração com sua sensibilidade para retratar os conflitos, inseguranças e descobertas da adolescência.
“Hughes nos deu um espelho”, disse Anthony Michael Hall (ausente no evento, mas citado diversas vezes). “A beleza de Clube dos Cinco está no fato de que, apesar das diferenças sociais, emocionais e comportamentais, todos os personagens são humanos, frágeis, e querem ser ouvidos.”
De mãe para filha: o impacto além das telas
Ringwald revelou que reassistiu ao filme com seus filhos adolescentes. “Assistir Clube dos Cinco com minha filha de 10 anos foi surreal. Mais tarde, revi com meus gêmeos de 15. Eles não tocaram no celular uma única vez — e, para mim, isso é o maior elogio possível”, afirmou. “Abriu espaço para conversas incríveis sobre empatia, rótulos e amadurecimento.”
Um clássico que atravessa gerações
Lançado em 1985, Clube dos Cinco conquistou o mundo ao colocar cinco jovens — um atleta, um rebelde, uma patricinha, uma esquisita e um nerd — para conviverem durante um dia de detenção. O que parecia ser apenas um castigo se transformou em um mergulho profundo na construção da identidade, no peso das expectativas sociais e no desejo universal de ser compreendido.
Mesmo quatro décadas depois, o filme continua atual. A ausência de celulares, redes sociais ou influenciadores torna a experiência ainda mais humana — quase íntima. Clube dos Cinco nos lembra que por trás de cada rótulo, existe uma pessoa tentando encontrar seu lugar no mundo.
