🇺🇸📌 “Dia da Libertação”: entenda quais produtos o Brasil mais compra e vende dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou para esta quarta-feira (2), o que ele chamou de “Dia da Libertação”, marcando o início de uma nova onda de tarifas sobre produtos importados pelos EUA. A medida afetará diversos países, incluindo o Brasil, que mantém intensa relação comercial com os norte-americanos.
Em 2024, o intercâmbio comercial entre Brasil e Estados Unidos atingiu níveis históricos, superando os US$ 80 bilhões. Apesar disso, o Brasil teve um déficit comercial de US$ 283 milhões nessa relação, comprando mais do que vende aos norte-americanos.
Veja abaixo como as tarifas podem impactar diretamente o Brasil e quais os principais produtos envolvidos no comércio bilateral.
🚢📦 O que o Brasil mais exporta para os EUA?
Os Estados Unidos são um dos principais destinos das exportações brasileiras. Entre os produtos mais vendidos, destacam-se:
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Óleo bruto de petróleo: 14% das exportações;
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Produtos semi-acabados de ferro e aço: 8,8% (já tarifados em 25% desde março de 2025);
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Aeronaves e componentes: 6,7%;
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Café não torrado: 4,7%;
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Ferro-gusa e derivados siderúrgicos: 4,4%.
A sobretaxa já existente sobre o aço impacta diretamente o setor siderúrgico brasileiro. Caso novas tarifas sejam aplicadas, outros produtos-chave podem ser prejudicados, dificultando a competitividade do país no mercado norte-americano.
🛬📥 O que o Brasil mais importa dos EUA?
Do lado brasileiro, os produtos mais comprados dos Estados Unidos incluem itens importantes para a indústria e infraestrutura:
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Motores e máquinas não elétricas e peças: 15%;
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Óleos combustíveis refinados (não brutos): 9,7%;
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Aeronaves e componentes aeronáuticos: 4,9%;
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Produtos manufaturados diversos: 4,3%;
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Gás natural (liquefeito ou não): 4,1%.
Apesar do Brasil ter um saldo negativo no comércio com os EUA, as novas tarifas poderão encarecer ainda mais essas importações essenciais, afetando diretamente setores industriais e energéticos brasileiros.
🔥📈 O motivo da tensão comercial: relatório aponta supostas barreiras brasileiras
A tensão aumentou recentemente após o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), chefiado por Jamieson Greer, publicar um relatório sobre barreiras comerciais globais. O documento destaca que o Brasil aplica restrições que afetam negativamente os exportadores americanos, gerando uma justificativa para as novas tarifas.
Entre as barreiras citadas pelos EUA, estão:
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🔹 Tarifas elevadas;
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🔹 Restrições a produtos remanufaturados;
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🔹 Barreiras técnicas e sanitárias;
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🔹 Incentivos para uso de conteúdo nacional.
O relatório estima que tais barreiras custam cerca de US$ 8 bilhões aos EUA, tornando o Brasil o sétimo país com maior impacto negativo.
📞❌ Última tentativa de negociação cancelada
Uma reunião crucial entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, marcada para segunda-feira (31), foi cancelada de última hora. Essa reunião era considerada essencial para tentar evitar ou suavizar as tarifas antes do anúncio oficial por Trump.
O cancelamento elevou ainda mais a preocupação sobre os próximos passos da relação comercial entre os dois países.
📅💡 O que esperar do “Dia da Libertação” e quais os possíveis impactos?
Trump declarou que as novas tarifas entrarão em vigor de forma imediata e terão abrangência global. Para o Brasil, as medidas podem significar:
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📌 Redução na competitividade de exportações-chave como petróleo, café e aeronaves;
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📌 Encarecimento de produtos essenciais importados dos EUA, especialmente máquinas e combustíveis;
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📌 Necessidade urgente de busca por novos mercados ou negociação diplomática para minimizar os danos.
A diplomacia brasileira argumenta que, devido ao déficit comercial do país com os EUA, não há justificativa econômica plausível para a imposição dessas tarifas.