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Fraudes no INSS: CGU aponta falhas graves de fiscalização e reforça pressão por ressarcimento

Um novo relatório de 41 páginas divulgado pela Controladoria‑Geral da União (CGU), em 6 de maio de 2025, confirma que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não fiscalizou nem combatou o esquema de descontos associativos ilegais que, entre 2019 e 2024, desviou R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas.

por Ifatos
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Principais constatações da CGU

Indicador (amostra de 952 benefícios) Situação documental Percentual
Documentação completa apresentada 275 casos 28,9 %
Documentação com inconformidades 204 casos 31,9 %
Documentação inexistente 373 casos 39,2 %
TOTAL sem respaldo regular 577 casos 71,1 %

Para sete em cada dez beneficiários não havia qualquer prova válida de autorização, condição que deveria ter levado à suspensão imediata dos descontos. A CGU concluiu que:

  • Controles frágeis – o INSS partiu da presunção de boa‑fé das entidades e não exigiu comprovação sistemática das autorizações;

  • Recusa de informação – ao ser notificado, o INSS não respondeu de forma satisfatória sobre documentos ausentes;

  • Capacidade operacional fictícia – algumas associações precisariam processar até 1 560 novas filiações por hora para justificar o volume de descontos, algo “incompatível com sua estrutura”.


Responsabilidades apontadas

  • Antigos diretores do INSS – como André Fidelis e Alexandre Guimarães – teriam recebido R$ 17 milhões em repasses indiretos.

  • O ex‑procurador‑geral Virgílio Oliveira Filho, afastado pela Justiça, teria acumulado R$ 18,3 milhões em patrimônio, incluindo um Porsche Taycan de R$ 500 mil.

  • O empresário Antônio Carlos “Careca do INSS” Antunes, sócio de 22 SPEs de fachada, movimentou R$ 53,5 milhões.


Próximos passos do governo

  1. Plano de ressarcimento – em fase final na Advocacia‑Geral da União (AGU) e Dataprev.

  2. Canal direto – portal gov.br e 135 para solicitações sem intermediários.

  3. Devolução automática – valores serão creditados na mesma conta do benefício, dispensando Pix ou saques presenciais.

  4. Ações regressivas – União cobrará as associações; se houver inadimplência, pagará o aposentado e ajuizará contra os fraudadores.

  5. PAR e Lei Anticorrupção – primeiras entidades já respondem a Procedimentos Administrativos de Responsabilização.


Impacto político

  • Demissão: Carlos Lupi (PDT) deixou a Previdência em 2 de maio; Wolney Queiroz assumiu para acelerar o reembolso.

  • Risco de CPI: oposição reuniu 190 assinaturas para investigar o caso no Congresso.

  • Pressão fiscal: a equipe econômica estuda usar bloqueio de verbas do PAC e emendas para pagar ressarcimentos dentro do arcabouço fiscal.


Desafios imediatos

  • Identificar até 4 milhões de vítimas num universo de 39 milhões de benefícios.

  • Sincronizar sistemas legados da Dataprev com nova exigência de biometria e assinatura eletrônica.

  • Garantir comunicação acessível para idosos em áreas sem internet.

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