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China ‘Nunca se Curvará à Pressão Máxima’, Afirma Embaixada em Washington; Casa Branca Insiste em ‘Otimismo’ para Acordo

Declaração chinesa de desafio ocorre enquanto país eleva tarifas retaliatórias para 125% em resposta aos 145% dos EUA, expondo profundo contraste com discurso americano sobre abertura a negociações.

por Ifatos
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A guerra comercial entre Estados Unidos e China atingiu um novo pico de tensão retórica e tarifária nesta sexta-feira (11 de abril de 2025). Em uma declaração contundente vinda diretamente de Washington, o porta-voz da embaixada chinesa nos EUA, Liu Pengyu, afirmou que a “China nunca se curvará à pressão máxima dos EUA” e exigiu que Washington “mude sua atitude”. Quase simultaneamente, a Casa Branca, através de sua secretária de imprensa, Karoline Leavitt, reiterava que o presidente Donald Trump permanece “otimista” sobre a possibilidade de um acordo comercial. Essa troca de mensagens diametralmente opostas ocorre no momento em que Pequim confirma a elevação de suas tarifas retaliatórias para 125% (a partir de sábado, 12), respondendo à taxa total americana de 145%, evidenciando um abismo nas percepções e intenções declaradas das duas maiores economias do mundo.

A Voz de Pequim em Washington: Firmeza e Rejeição à Pressão

A fala de Liu Pengyu, porta-voz da representação diplomática chinesa no coração do poder americano, carrega um peso simbólico e político significativo. A escolha de palavras (“nunca se curvará”, “pressão máxima”) é uma rejeição inequívoca da estratégia de Trump de usar tarifas extremas como ferramenta de coerção para forçar concessões.

Ao exigir que os EUA “mudem sua atitude”, Pengyu ecoa críticas anteriores do Ministério do Comércio chinês, que classificou as tarifas americanas como um “jogo de números” e uma “piada” usada para “intimidação”. A mensagem consolidada que emana de Pequim é de resistência e recusa em negociar sob o que considera ser uma imposição unilateral e injusta. Esta postura foi reforçada pelas declarações do próprio presidente Xi Jinping mais cedo no mesmo dia, afirmando que a China “não teme” repressão e confia em sua “autossuficiência”.

A Escalada Tarifária Confirma a Retórica: China Responde com 125%

A retórica desafiadora de Pequim veio acompanhada de ação concreta. Confirmou-se nesta sexta que a China elevará suas tarifas retaliatórias sobre importações americanas de 84% (nível que respondeu à taxa inicial de 104% dos EUA) para 125%, buscando espelhar (ainda que não igualar completamente em termos percentuais nominais, mas sim em magnitude de agressividade) a última elevação americana que resultou nos 145% totais.

Essa medida, entrando em vigor no sábado, demonstra que a China não está apenas falando em resistência, mas efetivamente aplicando contramedidas severas, mesmo ciente dos riscos de uma espiral de retaliação mútua. É a materialização do “não se curvará”.

O Contraponto da Casa Branca: Otimismo Inabalável (ou Estratégico?)

Em contraste direto com a postura chinesa, a Casa Branca manteve o discurso de otimismo e abertura ao diálogo. Karoline Leavitt insistiu que Trump “deixou bem claro que está aberto a um acordo com a China”.

Essa persistência no otimismo, mesmo diante da rejeição explícita da “pressão máxima” por Pequim e da nova escalada tarifária chinesa, levanta questionamentos:

  • É uma tentativa de controlar a narrativa, mostrando os EUA como a parte razoável disposta a negociar?
  • É uma mensagem para os mercados financeiros, tentando evitar um pânico ainda maior?
  • Reflete uma crença genuína de que a pressão econômica extrema eventualmente forçará a China a ceder, apesar da retórica atual?
  • Ou mascara uma falta de estratégia clara para além da aplicação de tarifas cada vez maiores?

A advertência que acompanha o otimismo – “Se a China continuar retaliando, isso não será bom para ela” – soa quase como uma admissão de que a retaliação é esperada, mas mantém a porta (ou a ameaça) aberta para futuras ações americanas.

Diplomacia Pública e o Abismo Comunicacional

O episódio desta sexta-feira evidencia um profundo abismo comunicacional e estratégico. Enquanto um lado fala em acordo e otimismo (mesmo aplicando pressão máxima), o outro responde com desafio explícito e retaliação concreta. As declarações públicas parecem servir mais para consolidar posições e sinalizar para audiências internas e internacionais do que para criar pontes reais para a negociação.

A exigência chinesa por uma “mudança de atitude” americana provavelmente se refere ao abandono das tarifas unilaterais como pré-condição para um diálogo considerado construtivo por Pequim – algo que parece diametralmente oposto à estratégia de “pressão máxima” adotada por Trump.

Rota de Colisão Mantida, Apesar de Sinais Contraditórios

A troca de declarações entre a Embaixada da China em Washington e a Casa Branca nesta sexta-feira, somada à confirmação da nova tarifa retaliatória chinesa de 125%, solidifica a percepção de que EUA e China permanecem em rota de colisão na guerra comercial. O otimismo expresso por Washington parece desconectado da realidade das ações e da retórica desafiadora de Pequim.

A mensagem de que a China “nunca se curvará” à pressão máxima americana é um sinal claro de que a estratégia de Trump enfrenta forte resistência e pode levar a um impasse prolongado e prejudicial para ambas as economias e para o mundo. Sem uma mudança significativa na “atitude” de um dos lados, ou de ambos, a perspectiva de um acordo parece remota, e o cenário mais provável continua sendo o de tensão elevada e disrupção econômica.

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