Home Destaques Sete partidos fielmente governistas não assinam CPMI do INSS e escancaram fissura na base de Lula

Sete partidos fielmente governistas não assinam CPMI do INSS e escancaram fissura na base de Lula

PT, PSOL e aliados barram CPMI do INSS e reforçam escudo político ao governo Lula

por brunojorge
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigará o rombo de R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais no INSS caminha para ser instalada porque 211 congressistas subscreveram o requerimento liderado por Coronel Fernanda (PL-MT) e Damares Alves (Republicanos-DF). Entre eles, nenhum pertence às sete legendas que formam o núcleo ideológico do governo: PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, PV e Rede. O boicote conjunto entregou à oposição a narrativa de “blindagem” e gerou mal-estar entre partidos de centro com ministérios, que se dividiram.

Quem assinou (e quem não)

Bloco partidário Bancada (dep + sen) Assinaturas % de apoio Observação
Oposição declarada
PL, Novo, Republicanos (ala conservadora)
124 111 89 % Mobilização quase total
Centro com ministérios
União, PP, PSD, MDB
169 60 36 % Fratura na coalizão
Núcleo ideológico do governo
PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, PV, Rede
127 0 0 % Boicote unificado

“Quem não deve, não teme. Por que tanto medo de transparente investigação?”, provocou Damares Alves, após publicar a lista completa de adesões.

Gráfico de barras horizontais mostrando o percentual de deputados de cada partido que apoiaram a CPI Mista do INSS, com partidos sem ministérios em turquesa e com ministérios em vermelho.

Por que PT e aliados fecharam questão

  1. Proteção institucional – A CPI pode vasculhar convênios firmados desde 2015, incluindo governos petistas; a orientação foi evitar “arma para adversário”.

  2. Linha de defesa unificada – A líder Gleisi Hoffmann determinou voto em bloco para sustentar que Polícia Federal e CGU já apuram o caso, tornando CPMI redundante.

  3. Risco de exposição regional – Sindicatos suspeitos de fraude mantêm vínculos históricos com correntes da esquerda; escândalo estadual poderia respingar em diretórios locais.

Centro rachado: ministérios não garantem lealdade

Apesar de controlar oito pastas, União Brasil, PP, PSD e MDB entregaram 60 assinaturas – 36 % de suas bancadas. Vice-líderes desses partidos reclamam de:

  • Falta de coordenação – Rui Costa (Casa Civil) travou repasses de emendas, criando atrito.

  • Comunicação falha – O governo não apresentou cronograma convincente de ressarcimento aos idosos lesados.

  • Espaço eleitoral – Deputados querem protagonizar pauta anticorrupção antes das municipais de 2026.

O roteiro de instalação

  1. Leitura do requerimento – Davi Alcolumbre (União-AP) promete colocar em pauta ainda em maio.

  2. Retirada de assinaturas? – O Planalto tenta convencer dois senadores do PSD a recuar; se isso ocorrer antes da leitura, a CPMI morre.

  3. Comando da comissão – O PL reivindica presidência; União ou MDB cobiçam relatoria.

  4. Calendário de trabalho – A oposição planeja oitivas de ex-presidentes do INSS, ex-ministro Carlos Lupi e dirigentes de entidades de fachada até setembro.

Impacto na agenda do governo

  • Prioridades econômicas – Arcabouço do salário mínimo, reforma do seguro-desemprego e marco fiscal dos municípios podem ficar na gaveta enquanto a CPMI domina manchetes.

  • Negociação de emendas – Centristas insatisfeitos podem reter votos em pautas de infraestrutura até o Planalto liberar recursos.

  • Figura de Wolney Queiroz – Novo ministro da Previdência se torna peça-chave; oposição já protocolou pedido de convocação.

Contra-ataque do Planalto

  • Pacote de transparência – Publicação semanal de ressarcimentos no Portal da Transparência.

  • Projeto de lei – Criminalização de desconto associativo sem biometria facial e punição de servidor conivente.

  • Ordem para pagar – Dataprev recebeu meta de processar 100 mil reembolsos/dia a partir de julho.

Efeitos eleitorais

Analistas veem a CPMI como divisor de águas:

Cenário Consequência para Lula Ganho para oposição
Governo retoma controle
ressarce vítimas, nomeia relator moderado
Diminui desgaste, divide narrativa Perde pauta constante, mas faz marcação pontual
Comissão dominada pelo PL
exibe fraudes, convoca Lupi, mostra idoso chorando
Imagem de incompetência e “velha política” Amplia capital político para municipais de 2026

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