Um passo histórico rumo à paz na Europa foi dado nesta terça-feira, 18 de março de 2025. Após uma longa conversa telefônica entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, da Rússia, o Kremlin anunciou que aceitou suspender os ataques à infraestrutura energética da Ucrânia por 30 dias. A decisão, confirmada também pela Casa Branca, marca o início de um esforço conjunto para reduzir a escalada do maior conflito no continente desde a Segunda Guerra Mundial. Mas o que isso significa para a guerra, e o que vem a seguir? Confira todos os detalhes dessa reviravolta diplomática que está movimentando o mundo!
Um Acordo no Fio da Navalha: O Cessar-Fogo Energético
O Kremlin e a Casa Branca divulgaram comunicados quase simultâneos após a ligação de mais de 90 minutos entre Trump e Putin. A proposta, liderada pelos EUA, prevê que tanto a Rússia quanto a Ucrânia interrompam os ataques a usinas elétricas, subestações e outras infraestruturas energéticas por um mês. “É o primeiro tijolo na construção de uma paz duradoura”, declarou um porta-voz da Casa Branca, destacando a urgência de frear a destruição que já deixou milhões sem energia em meio ao inverno ucraniano.
Por Que a Energia Está no Centro do Acordo?
Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, a infraestrutura elétrica da Ucrânia tem sido um alvo constante. Bombardeios russos destruíram cerca de 40% da capacidade energética do país, segundo estimativas da ONU, enquanto drones ucranianos retaliaram contra refinarias e depósitos de petróleo em território russo. Parar esses ataques é visto como um gesto concreto para aliviar o sofrimento civil e abrir espaço para negociações mais amplas. “Sem luz e calor, não há como negociar de boa-fé”, analisa Sofia Almeida, especialista em conflitos internacionais.
O Papel de Trump: Pressão e Diplomacia
Donald Trump, que assumiu a presidência dos EUA em janeiro de 2025, fez do fim da guerra na Ucrânia uma prioridade de seu governo. Nos últimos dias, ele intensificou os contatos com Putin, usando uma combinação de promessas de cooperação econômica e ameaças de sanções mais duras. A Ucrânia já havia aceitado a proposta de cessar-fogo de 30 dias na semana passada, durante conversas em Jeddah, na Arábia Saudita, com o Secretário de Estado Marco Rubio. Agora, com a Rússia a bordo, o plano ganha força — mas não sem ressalvas.
O Que Disse a Casa Branca?
“Os líderes concordaram que o caminho para a paz começa com um cessar-fogo na energia e infraestrutura, seguido de negociações técnicas para um cessar-fogo marítimo no Mar Negro, um cessar-fogo total e uma paz permanente”, afirmou o comunicado oficial da Casa Branca. As tratativas começarão “imediatamente” no Oriente Médio, embora o local exato — possivelmente Qatar ou Turquia — ainda não tenha sido confirmado. Trump celebrou o acordo no Truth Social, chamando-o de “um grande dia para acabar com esse banho de sangue horrível”.
Putin Concorda, Mas com Condições
Embora Putin tenha aceitado a pausa nos ataques energéticos, ele deixou claro que suas forças não vão recuar no campo de batalha. Na semana passada, o presidente russo disse apoiar a ideia de uma trégua em princípio, mas exigiu garantias contra o rearmamento ucraniano e a mobilização de novas tropas. “Concordamos com os 30 dias, mas queremos respostas sobre como isso será fiscalizado”, afirmou o Kremlin em nota. A Rússia também insiste em manter o controle de territórios ocupados, como as regiões de Donetsk e Luhansk, uma demanda que Kiev rejeita categoricamente.
Negociações no Mar Negro: O Próximo Passo
Além da pausa energética, Trump e Putin planejam discutir um cessar-fogo marítimo no Mar Negro, uma rota vital para exportações de grãos e combates navais. Desde 2022, a região tem sido palco de bloqueios e ataques a navios, afetando a economia global. “Um acordo no Mar Negro pode ser o teste final para um cessar-fogo mais amplo”, prevê Rafael Lima, analista militar. As negociações, marcadas para começar nos próximos dias, serão um termômetro da disposição de ambos os lados para ceder.
O Contexto da Guerra: Um Conflito Devastador
A invasão russa da Ucrânia, iniciada há mais de três anos, já deixou um rastro de destruição: centenas de milhares de mortos ou feridos, milhões de deslocados e cidades reduzidas a escombros. A proposta de cessar-fogo surge em um momento crítico, com a Rússia avançando na região de Kursk e a Ucrânia lutando para manter posições no leste. Para Trump, encerrar o conflito é uma vitória diplomática; para Putin, uma chance de consolidar ganhos sem perder face.
O Que Diz a Ucrânia?
Embora tenha aceitado o cessar-fogo de 30 dias, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky segue cético. “Queremos paz, mas não a qualquer custo”, declarou ele em Helsinque nesta terça-feira, durante uma visita à Finlândia. Zelensky exige a devolução de territórios ocupados e garantias de segurança, como a entrada na OTAN — condições que Putin rejeita. “Se for só uma pausa para a Rússia se rearmar, não serve”, alertou um oficial ucraniano à ABC News.
O Que Esperar dos Próximos 30 Dias?
Os próximos 30 dias serão um teste de fogo. A pausa nos ataques energéticos pode aliviar a pressão sobre civis ucranianos, mas analistas temem que a Rússia use o período para reforçar suas linhas no front. Enquanto isso, as negociações no Oriente Médio tentarão pavimentar o caminho para uma trégua mais ampla. “É um começo, mas o fim da guerra ainda está longe”, avalia Ana Clara Mendes, especialista em relações internacionais. O mundo assiste, ansioso, ao desenrolar dessa aposta ousada de Trump e Putin.
