Na tarde de 7 de maio de 2025, o Vaticano deu início ao conclave que elegerá o 267º papa da Igreja Católica. Em um rito que mistura tecnologia de ponta e costumes centenários, 133 cardeais de 70 países entraram em reclusão na Capela Sistina, prometendo sigilo e sujeição ao Espírito Santo. A escolha requer maioria de dois terços mais um voto, processo que pode se estender por vários dias, até a fumaça branca sinalizar ao mundo que se chegou a um consenso People.comReuters.
1. Preparação e protocolo de segurança
Desativação de sinais e uso de bloqueadores
Às 15h locais (10h de Brasília), celulares e conexões Wi-Fi foram interrompidos em um raio de centenas de metros ao redor da Capela Sistina. Signal jammers garantem que nenhum aparelho consiga transmitir ou receber — exceção feita à Praça de São Pedro, onde fiéis aguardam o sinal da fumaça CNN BrasilITVX.
Juramento de sigilo e excomunhão
Antes de adentrarem a capela, os cardeais cantaram o hino “Spiritus Sanctus” e prestaram juramento coletivo e individual de não divulgar nada do que ocorrerá ali dentro. Até o pessoal de apoio (limpeza, cozinha) assinou compromisso de confidencialidade, sob pena de excomunhão, reforçando a inviolabilidade do processo Wanted in Rome.
Espaços de reclusão
Durante o conclave, os purpurados ficarão hospedados na Casa Santa Marta e na Domus Sanctae Marthae, adotando rotina de oração, refeições em silêncio e debates discretos. As sessões de voto ocorrem na Capela Sistina, sob os frescos de Michelangelo, restaurados para garantir climatização e segurança às urnas e ao ambiente.
2. Cronograma de votações e fumaça
O Vaticano estabeleceu horários para que a fumaça — preta se não houver papa eleito, branca quando houver — sinalize o andamento:
Dia | Horários (Brasília) | Sinal |
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7/mai | 14h00 | Previsão 1ª fumaça preta ou branca UOL Notícias |
8/mai | 5h30, 7h00, 12h30, 14h00 | Manhã e tarde |
9/mai | Mesmos horários, se necessário | — |
Caso nenhum candidato alcance os 89 votos (dois terços mais um), as urnas são queimadas após cada rodada, gerando a fumaça preta. Quando o papa é eleito, as chaminés exalam fumaça branca e soam sinos em São Pedro.
3. Principais “papabili” e especulações
Embora formalmente sigilosa, a imprensa especula sobre alguns nomes com maior apoio:
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Cardeal Pietro Parolin (Itália): atual secretário de Estado, visto como garantia de continuidade das reformas de Francisco.
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Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas): favorito a se tornar o primeiro papa asiático, defensor de causas sociais.
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Cardeal Matteo Zuppi (Itália): arcebispo de Bolonha, reconhecido por iniciativas de diálogo inter-religioso.
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Cardeal Fridolin Ambongo (República Democrática do Congo): forte indicativo de atenção à Igreja africana e temas migratórios Reuters.
Com 80% dos cardeais indicados por Francisco, aposta-se em uma eleição de perfil progressista, ainda que blocos conservadores busquem equilíbrio.
4. Contexto histórico e teológico
O conclave moderno nasceu na Idade Média, após longa Sede Vacante de 1268–1271 ter fragilizado a credibilidade papal. Desde então, o termo “conclave” (cum + clavis) remete ao isolamento por trás de portas trancadas. O ritual mantém hoje elementos como a urna de bronze, velas votivas e o toque do sino que convoca ao voto Vatican News.
A eleição implica discernimento espiritual. Nessas três décadas do pontificado de Francisco, temas como ecologia, justiça social e acolhida a migrantes ganharam centralidade, expectativas que o próximo papa deverá aprofundar ou reorientar.
5. Tecnologia a serviço da tradição
Para resguardar o sigilo, além dos jammers, o Vaticano implantou:
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Sistemas de reconhecimento facial para impedir entrada de não eleitores.
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Monitoramento térmico para detectar dispositivos eletrônicos escondidos.
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Rede interna criptografada, usada apenas para coordenar a logística do conclave.
Essas medidas refletem preocupações com ciberespionagem e tentativas de influenciar a escolha por meios externos People.com.
6. Impacto global e expectativas
A eleição do novo papa repercute em todo o mundo:
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Comunidades católicas (1,3 bilhão) acompanham ao vivo pelas emissoras de TV e redes sociais.
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Líderes mundiais aguardam orientações sobre diplomacia vaticana, especialmente diante de conflitos e crises climáticas.
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Mercado editorial e acadêmico prepara análises sobre os possíveis desdobramentos doutrinários e pastorais.
Além do tradicional “Habemus Papam”, o próximo pontífice pode influenciar agendas de direitos humanos, diálogo ecumênico e políticas de desenvolvimento.
7. Pós-conclave: primeiros atos e prioridades
Após a fumaça branca, espera-se que o novo papa:
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Celebre a Missa inaugural e a bênção “Urbi et Orbi”.
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Convide Francisco para um encontro de passagem de bastão, gesto de gratidão e continuidade.
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Anuncie o consistório para criação de novos cardeais, definindo o perfil futuro da Cúria.
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Defina o tema da próxima Assembléia Sinodal, priorizando voz dos leigos e jovens.
Com as bases estabelecidas, o pontificado inicia-se oficialmente, moldando a direção da Igreja para os próximos anos.