A trajetória de recuperação da Inter
A Inter entrou na temporada 2024–25 determinada a retomar seu lugar entre a elite continental. Após conquistar a Serie A em 2020–21, o clube apostou na experiência de Javier Zanetti como vice-presidente e manteve Simone Inzaghi no comando técnico — uma combinação de passado vencedor e juventude tática.
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Fase de grupos: integrada ao Grupo D com Real Madrid, Manchester United e Galatasaray, a Inter somou 14 pontos (4 vitórias, 2 empates), garantindo a liderança com apenas três gols sofridos.
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Oitavas de final: eliminou o FC Porto com autoridade (2×0 no San Siro e 1×1 em Portugal), graças a um gol decisivo de Lautaro Martínez e sólida atuação de André Onana no gol.
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Quartas de final: superou o Atlético de Madrid em dois empates (1×1 e 0×0), avançando nos pênaltis, com destaque para a defesa de Dybala e a calma do capitão Handanović.
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Semifinal contra o Barcelona: triunfo emblemático por 3×1 em Milão — gols de Martínez, Džeko e Barella — e manutenção do placar no Camp Nou (0×0), atestando a força coletiva e a disciplina tática.
Este percurso mostra resiliência defensiva (apenas 6 gols sofridos nas fases mata-mata) e poder ofensivo (9 gols marcados). Além disso, a rotação de elenco permitiu descanso a peças-chave durante o Campeonato Italiano, consolidado com o segundo lugar na tabela.
PSG e Arsenal: perfis contrastantes rumo à final
Paris Saint-Germain
Campeão da Ligue 1 em 2023–24, o PSG chega à semifinal após ampla campanha:
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Grupo H invicto: 16 pontos, com 5 vitórias e 1 empate.
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Oitavas de final: goleada de 4×1 sobre o Benfica, incluindo hat-trick de Kylian Mbappé.
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Quartas de final: vitória apertada (2×1 e 1×0) contra o Bayern de Munique, confirmando a ambição do clube francês.
No primeiro jogo das semis, o PSG venceu o Arsenal por 2×0 em casa, com gols de Neymar e Vitinha. Caso mantenha a vantagem, enfrentará a Inter em Munique. A equipe de Luis Enrique aposta no ataque veloz, com Mbappé e Nuno Mendes explorando alas, enquanto Renato Sanches faz a transição no meio.
Arsenal
O Arsenal, vice-campeão da Premier League 2023–24 com 84 pontos, chega à sua primeira semifinal em 19 anos:
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Grupo B competitivo: 12 pontos, atrás do Real Madrid mas à frente de Roma e Shakhtar.
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Oitavas de final: eliminação limpa do Atlético de Madrid (1×0 e 2×0), com destaque para Gabriel Martinelli.
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Quartas de final: reversão contra o Milan, perdendo em Milão (0×1) mas vencendo em casa por 3×1, com dois gols de Bukayo Saka.
No Wembley na primeira mão das semis, o Arsenal perdeu por 0×2 para o PSG. O time de Mikel Arteta respira projetos de posse e pressão alta. Sua juventude se mostra decisiva, com Gabriel Jesus e Saka apresentando frieza em grandes partidas.
Contexto histórico das finais da Champions
A Inter disputa sua sétima final e busca o quarto título:
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1963–64: 3×1 sobre o Real Madrid, em Viena.
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1964–65: 1×0 contra o Benfica, em San Siro.
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1966–67: derrota por 1×2 para o Celtic, em Lisboa.
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1971–72: 0×2 para o Ajax, em Bruxelas.
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2009–10: 2×0 sobre o Bayern, em Madri.
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2022–23: derrota por 0×1 para o Manchester City, em Istambul.
Nem PSG nem Arsenal enfrentaram a Inter em finais anteriores. O Arsenal ficou com o vice em 2005–06 (1×2 contra o Barcelona) e o PSG foi vice-campeão em 2019–20 (0×1 para o Bayern).
Impacto econômico e social
Uma final inédita traz ganhos expressivos:
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Receita de TV e patrocínios: estimada em €50 milhões adicionais para o clube finalist.
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Bilheteria e hospitalidade: ingressos a partir de €70, com demanda global esgotando rapidamente.
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Merchandising e sócio-torcedor: crescimento de 20% nas vendas de camisas e adesão de novos associados.
Para Munique, a expectativa é de R$100 milhões em receita direta (hotelaria, transporte e alimentação). Além disso, a visibilidade reforça o apelo global da Uefa.
Aspectos táticos do duelo final
Inter de Milão
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Formação provável: 3-5-2, com Skriniar, De Vrij e Bastoni na defesa.
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Pontos fortes: compactação, transições rápidas pelo corredor central e bolas paradas precisas — 30% dos gols saíram de escanteios ou faltas.
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Jogador-chave: Lautaro Martínez, autor de 12 gols no torneio.
Adversário (PSG ou Arsenal)
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PSG: 4-3-3 de força ofensiva, com pressão alta e circulação rápida de bola.
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Arsenal: 4-2-3-1 de posse paciente, buscando isolar alas com triangulações.
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Duelo decisivo: meio-campo interista contra criatividade dos criadores de jogo rivais (Vitinha ou Odegaard).
Atmosfera e logística em Munique
A Allianz Arena — palco de Euro 2024 e final da Champions em 2012 — acomodará 75 mil torcedores. As fan zones espalhadas pela cidade receberão até 50 mil pessoas, com shows, food trucks e tour por exposições dos troféus históricos.
Operações especiais garantem:
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Mobilidade urbana reforçada, com trens extras e rotas dedicadas.
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Segurança integrada, envolvendo Uefa, polícia local e Interpol.
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Cobertura global, com 3.500 jornalistas credenciados e transmissão em 250 países.
Perspectivas para além da final
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Reflexo na Serie A: título europeu reacenderá a liga italiana para atração de grandes jogadores.
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Projetos de infraestrutura: Inter planeja ampliar o estádio para 90 mil lugares.
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Fortalecimento de academias: jovens talentos vindos de Milão Sul ganham visibilidade em torneio global.
Para PSG ou Arsenal, alcançar a primeira ou segunda final reafirmará projetos de longo prazo. O PSG busca seu sonhado título europeu desde 2020; o Arsenal tenta repetir façanha de 2006 e encerrar jejum continental.