O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está considerando mudanças no comando do Ministério das Mulheres, atualmente liderado por Cida Gonçalves. A decisão ocorre em meio a críticas internas e externas à gestão da ministra e faz parte de uma reestruturação mais ampla do governo.
ida Gonçalves, nomeada ministra das Mulheres no início do atual mandato de Lula, tem enfrentado críticas relacionadas à sua gestão e condutas no cargo. Em fevereiro, durante depoimento à Comissão de Ética da Presidência da República, ela afirmou que interrompia sua agenda para atender à primeira-dama, Janja da Silva, e que ignorava chamadas de outros ministros, como Alexandre Padilha e Márcio Macêdo. Essas declarações causaram desconforto no Palácio do Planalto.
Além disso, Cida foi alvo de um processo por suspeita de assédio moral, posteriormente arquivado, no qual teria sugerido apoio financeiro a uma servidora para que ela se candidatasse nas eleições de 2026, em troca de silêncio sobre uma denúncia de racismo.
Reunião com o presidente e especulações sobre substituição
Na sexta-feira (2), Lula se reuniu com Cida Gonçalves no Palácio do Planalto por aproximadamente 20 minutos. Fontes próximas ao governo indicam que a substituição da ministra é iminente e que Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e irmã do ex-ministro Gilberto Carvalho, é a principal cotada para assumir o cargo.
Márcia Lopes possui experiência na área social e já atuou como secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social de 2004 a 2008, além de ter liderado a pasta em 2010 durante o segundo mandato de Lula.
Implicações políticas da mudança
A possível substituição de Cida Gonçalves por Márcia Lopes é vista como uma tentativa de fortalecer a articulação política do governo e atender a demandas de reestruturação interna. A mudança também busca reconectar o governo com a base social petista e com movimentos ligados aos direitos das mulheres.
A avaliação de Lula sobre a substituição no comando do Ministério das Mulheres reflete a necessidade de ajustes na equipe ministerial para melhorar a gestão e a articulação política do governo. A escolha de Márcia Lopes, com sua experiência na área social, pode trazer uma nova abordagem para a pasta e fortalecer as políticas públicas voltadas às mulheres.