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América Latina pode suportar melhor a guerra comercial de Trump, mas Brasil precisa agir com estratégia

Cadeias produtivas longas oferecem resiliência diante das turbulências globais — mas especialistas alertam: sem foco em competitividade, o Brasil corre risco de perder relevância

por Ifatos
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Cadeias produtivas mais longas são escudo contra choques externos

Segundo Plöger, que também é vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), países com cadeias de produção complexas — como China, EUA e Brasil — são menos sensíveis a crises comerciais porque têm menor dependência de insumos externos.

“Não se trata de economias fechadas. Trata-se de economias que internalizam boa parte dos seus processos produtivos, o que gera mais resistência diante de choques externos”, explicou.

O empresário destaca que, em países com essa estrutura, o peso das exportações e importações no PIB não ultrapassa 25%, número considerado saudável em cenários de incerteza global.


Europa e Ásia Oriental sentem mais os impactos

Já as economias com cadeias produtivas curtas e fortemente dependentes do comércio externo, como Japão, Coreia do Sul e a maior parte da União Europeia, são mais vulneráveis aos efeitos das tarifas e da ruptura de fluxos comerciais.

“Quem mais sofre são os países que precisam importar quase tudo o que usam para produzir. Eles sentem a instabilidade mais diretamente”, disse Plöger.


Brasil tem estrutura favorável, mas ainda falha em competitividade

Apesar de o Brasil estar estruturalmente melhor posicionado, com cadeia produtiva mais longa, os desafios internos continuam sendo o principal obstáculo para aproveitar as oportunidades que surgem nesse novo cenário geoeconômico.

Plöger aponta a falta de competitividade, baixa produtividade e desorganização industrial como gargalos que limitam o potencial brasileiro.

“Se não acelerarmos reformas estruturais e políticas industriais sérias, vamos perder o bonde da história mais uma vez”, alertou.


Agronegócio e bioeconomia são apostas claras

Entre os setores com maior potencial de crescimento, o presidente do Ceal destaca o agronegócio brasileiro, que já é referência mundial, e a bioeconomia, que pode ganhar força com a transição energética global.

A substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis e fontes renováveis, área na qual o Brasil já tem domínio técnico e escala, pode abrir novas frentes de exportação e liderança.


Indústria é o elo frágil

O setor industrial, por outro lado, preocupa. Para Plöger, o Brasil corre risco de perder ainda mais espaço global se não houver uma política industrial ativa, inovadora e conectada às novas cadeias de valor internacionais.

“Na indústria, se a gente não trabalhar com intensidade, vamos para o último lugar”, resumiu.


Oportunidade exige ação — e tempo é fator crítico

Para o presidente do Ceal, a América Latina tem, talvez pela primeira vez em décadas, uma oportunidade concreta de se posicionar como uma alternativa viável na reorganização das cadeias produtivas globais. Mas o tempo está correndo.

“Se não identificarmos as oportunidades e agirmos com foco, vamos simplesmente ficar para trás”, concluiu.

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