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Países correm para negociar com os EUA após tarifaço de Trump entrar em vigor

Tarifas de até 104% provocam corrida diplomática global por exceções e reabrem disputa comercial em escala mundial.

por Ifatos
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Japão, Reino Unido, Vietnã e outros países já iniciaram conversas com Washington.

As novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos nesta quarta-feira (9), por ordem direta do presidente Donald Trump, provocaram uma resposta imediata de governos ao redor do mundo, que agora se mobilizam para iniciar negociações com Washington na tentativa de proteger suas economias. Com sobretaxas que chegam a 104% sobre produtos chineses e alíquotas adicionais entre 11% e 50% sobre exportações de dezenas de outros países, o “tarifaço” reacende temores de uma guerra comercial em múltiplas frentes.

A diplomacia do desespero: países tentam barrar novas tarifas

As medidas adotadas por Trump têm como justificativa a “proteção do trabalhador americano” e a necessidade de conter o que chamou de “práticas comerciais desleais”. Mas os impactos globais começaram a ser sentidos imediatamente.

Governos de países aliados e estratégicos correram para se posicionar, alguns tentando negociar exceções, outros aguardando canais diplomáticos. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que o presidente está inflexível: “O presidente Trump tem uma espinha dorsal de aço. Não vai recuar diante da chantagem de quem explora a América há décadas”.

🌍 Veja os países que já buscam negociar com os EUA

Abaixo, uma lista com os países que já iniciaram conversas ou se posicionaram publicamente sobre as tarifas:

🇯🇵 Japão

Principal aliado dos EUA na Ásia, o Japão já pediu formalmente uma rodada de negociações para proteger suas exportações de automóveis, eletrônicos e semicondutores. A indústria automobilística japonesa teme perdas bilionárias.

🇰🇷 Coreia do Sul

Seul criou uma força-tarefa interministerial para negociar com Washington. O país exporta bilhões em tecnologia, aço e veículos para os EUA.

🇻🇳 Vietnã

O Vietnã, que já enfrentava tarifas de até 46%, tenta evitar novos aumentos. O governo vietnamita alertou que a medida ameaça o equilíbrio do comércio regional.

🇮🇹 Itália

A Itália tenta uma via paralela à União Europeia e busca conversas bilaterais para proteger setores como moda, maquinário e alimentos gourmet — tradicionalmente fortes no mercado americano.

🇮🇱 Israel

O governo israelense pretende usar seu status de parceiro estratégico dos EUA para garantir a isenção de tarifas sobre tecnologia e defesa.

🇰🇭 Camboja

Com foco na indústria têxtil, que já sofre com margens apertadas, o Camboja entrou em contato com o Departamento de Comércio americano em busca de alívio tarifário.

🇹🇭 Tailândia

Bangcoc já iniciou contatos para reverter tarifas sobre produtos agrícolas, plásticos e componentes industriais.

🇬🇧 Reino Unido

Pós-Brexit, o Reino Unido tenta preservar seu acesso privilegiado ao mercado americano. Londres pediu uma “cláusula de exceção temporária” para setores como farmacêutica e aeroespacial.


O que está em jogo: riscos de recessão e realinhamento global

O pacote de tarifas imposto por Trump não afeta apenas a China — que já enfrenta 104% de alíquotas em seus produtos —, mas pode criar ondas de choque nas cadeias produtivas internacionais. Os Estados Unidos importam de dezenas de países que, agora, veem seus produtos perderem competitividade no maior mercado consumidor do planeta.

“Estamos vendo o nascimento de uma nova doutrina comercial americana, onde nem aliados estão seguros”, avalia o analista geopolítico Ethan Marlowe, da Bloomberg Global Strategies.

Especialistas apontam que as tarifas podem gerar inflação interna nos EUA, prejudicar o consumo global e levar a uma nova rodada de retaliações internacionais. A União Europeia já estuda contramedidas, e países latino-americanos observam com cautela.


Brasil observa, mas ainda não reagiu

Até o momento, o Brasil não está diretamente listado entre os países com novas tarifas em vigor, mas fontes do Itamaraty confirmaram que o Ministério das Relações Exteriores está monitorando os desdobramentos e preparando uma eventual reação.

Com exportações expressivas de alimentos, minério de ferro e commodities para os EUA, o país pode ser afetado indiretamente, sobretudo se houver distorções no fluxo global de mercadorias.

Caminho incerto: pressão ou acordo?

O cenário ainda é instável. Trump deixou aberta a possibilidade de rever tarifas, desde que os países aceitem revisões contratuais favoráveis aos EUA. No entanto, isso implicaria em recuos diplomáticos e compromissos comerciais assimétricos.

“Estamos lidando com uma nova forma de negociação internacional: a diplomacia da tarifa”, afirma a professora Alicia Rossetti, da Universidade de Buenos Aires.

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